Prov: Podemos começar por LA:Podemos começar a falar um
pouco de ti, o teu B.I.
MC K: Bom... deixa la ver o meu B.I..
Chamo-me Admiro Yanga António, nasci aos 16/03/81 no Bairro Chabá,
aqui mesmo onde estou.
L.A: Que fazes para alem da música,
estudo trabalho.
K: Eu estudo e desempenho uma espécie
de auto-emprego com a Masta K produções, assim como participo em
algumas associações de carácter democrático.
L.A: Como é q começaste nessa cena do
Hip-Hop, e há quanto tempo?
K: Eu entrei como eu acho q todos
entraram, de forma inconsciente, através das músicas e aquela forma de
inculturação, absorção das culturas alheias. De forma inconsciente
porque primeiro abracei o lado da dança mas não sabia q o Break fazia
parte do Hip-Hop, mas já dançava. Mais tarde fui consolidando
conhecimentos e descobri q tava a fazer Hip-Hop. Considero a fase
inicial '95, aquela fase em q já sabia o que estava a fazer. Oiço Rap
'92 mas considero-me MC a partir de '95, fase em que já sabia o que
estava a fazer.
L.A: Uma vez falamos, ao falarmos do
teu nome, disseste que Katrogipolongopongo foi depois do teu
renascimento...
K: é o renascimento cultural, é assim,
nós a primeira vez que entramos no Rap, a 1ª dica é abraçar um nome
em inglês, no princípio é sempre assim porque não temos consciência
do que se está a fazer. Se reparares no quadro todo lusófono temos
nomes como MV BILL [lendo-se Eme Vi] que
significa mensageiro da verdade, ele põe as iniciais MV [Eme Vi]
porque soa melhor em inglês, dentro dos Racionais
MC's a maior parte dos Mc's têm um nome em inglês, Cally J, Mano
Brown, Ed Rock, Ice Blue, são todos nomes em inglês. Mas quando
comecei a aprender as coisas, nasceu aquelaa efervescência do espírito
nacionalista, senti a necessidade de criar um nome que identificava a
minha cultura, identificava o meu modo de vida, que identificava o meu
povo e a minha tradição, foi aí qdo troquei o nome de MC HAMMER,
da fase '95 pra baixo, para MC Katrogipolongopongo. Eu é que
criei esse nome, esse nome não tem uma significação anterior, a
significação é minha, tenho a paternidade do nome e dei o significado
de <<paz de espírito, alguém q esta a vontade consigo
mesmo>>. Agora a junção das letras era pra criar um nome
aproximado a minha tradução, cultura, ao povo, etc.
LA: A que outros ramos do Hip-Hop
estás ligado, para além de ser MC?
K: Eu sempre fui colecionador de
músicas e de uma forma ou doutra sempre gostei de tocar, mas nunca me
considerei DJ. Gosto de tocar e as pessoas consideram-me DJ por isso...
E a outra coisa é a dançar, foi o lado por que eu entrei pro Hip-Hop.
Graffiti não, apesar de fazer uns bens malaiques. Digo mais Break e
MCin' porque DJ, não diria, eu sou mais um divulgador de músicas.
LA: Quando é que tiveste a ideia de
querer fazer um album, ou quando é que viste que era possível, e que
ia dar certo?
K: Senti a necessidade de fazer um album
qdo atingi o + alto nivel... a standardização da minha qualidade...qdo
senti que cresci musicalmente. Mas a início a primeira ideia qdo as
pessoas entram pra fazer Hip-Hop é mesmo gravar um disco, sem muitos
argumentos etc, mas comecei a pensar seriamente nisso a partir do ano
2000, há 2 anos atrás.
LA: Foi por essa altura que começou a
ser gravado
K: Ya, aquela altura que surge depois da
música "Carta Aberta", que me motiva seriamente, porque é
uma música que eu apareço a fazer uma crítica, então tinha que dar
continuidade àquela crítica, não podia criticar e dpois cruzar os
braços.
LA: Qto ao album, produções,
participações, estúdios...
K: Estúdios: Captação de voz, Ecos da
Paz e a Raiva Produções. Agora, produção é que oi muto
diversificada, o album foi maioritariamente produzido pelo Andro, mas
também conta com beats do Viruz, 2 do NK (Sérgio Nogueira), 1 da Short
Klan, 1 do Samurai e 1 do Grande L.
LA: E qto a participações de Mc's??
K: Tem o Revolucionário & o
Andro,
que é a música que ainda não recebi, é a última que falta gravar,
Brigadeiro Mata-Frakuxz em dois sons, uma do Grande L.
LA: E dos sons que vão pro album tem
algum que já tenha sido ouvido/divulgado? Ou são todas músicas novas?
K: Ya, a "Causas e
Consequências", a música que eu actuo nos espectáculos e o
"Tópicos pro artigo".
LA: E quando é q o mambo ta planeado
pra sair.
K: Fins de Outrubro , princípios de
Novembro.
LA: E como é q funciona essa dica das
gravações com o Andro e o Revo que estão fora.
K: Os salos foram assim: Eles fazem lá
a parte deles e eu aqui faço a minha, qto a minha participação no
disco deles, vice-versa eu gravo aqui e mando o acapella.
Prov: E como é q o mambo vai sair, uma
edição censurada ou sem censura?
K: Vai sair uma edição única, sem
censura.
LA: E onde é q pensas vender o album?
K: Basicamente será na minha casa, nos
espectáculos, lá na LAC e na Raiva Produções. Porque vai ser uma
cena meio artesanal e a discoteca Sony acho que não vai receber.
Também, é uma forma de mostrar que os albuns não precisam de atingir
a perfeição pra terem concorrência.
0 comentários:
Enviar um comentário